josé oiticica filho- jof

18 fev - 26 mar_2016

josé oiticica filho- jof

a Galeria Raquel Arnaud apresenta uma grande exposição dedicada ao fotógrafo, pintor, entomologista e professor José Oiticica Filho (Rio de Janeiro, 1906, Idem, 1964). Com curadoria de Ricardo Sardenberg e Cesar Oiticica Filho, a mostra relembra e celebra uma das principais figuras da moderna fotografia brasileira, que ainda não recebeu a devida atenção que merece.

No primeiro andar serão exibidas aproximadamente 60 fotografias das décadas de 1950 e 1960, período em que o artista realizou experimentos no campo da fotografia construtiva e da abstração geométrica. Segundo a curadoria, foi nesse período que JOF realizou “suas experiências estéticas mais radicais e de certa forma, se não foi um precursor, foi certamente um investigador poderoso das possibilidades abstrativas e construtivistas que dominaram o meio artístico à época”.

O público poderá conferir uma pequena amostra de como o artista construía no laboratório diversas versões de uma mesma imagem até chegar ao resultado final. Esses estudos valorizavam o papel do trabalho técnico em laboratório em relação à criação através do aparelho fotográfico. Interessava a JOF explorar as inúmeras possibilidades de criação a partir das cópias que produzia. “Com fotos originais ou reutilizando imagens antigas, JOF solarizava, queimava, recortava, pintava negativos, re-fotografava matrizes em sucessivas construções que às vezes chegavam a oito versões antes de alcançar a imagem final”, destacam os curadores.

Já no segundo piso estarão algumas pinturas de JOF das mesmas décadas de 1950 e 1960, exibidas ao lado de obras do seu filho Hélio Oiticica e do artista visual Ivan Serpa, o que evidencia, segundo os curadores, como a obra de José Oiticica Filho dialogava com as novas radicalizações estéticas de seu tempo.

“Por meio desta exposição, espera-se demonstrar que sem as amarras dos dogmas estéticos que dominavam as discussões da época, o artista, por meio da fotografia, contribuiu de forma profunda para a renovação e experimentação que tomava conta do meio artístico”, conclui Ricardo Sardenberg.

imagens da exposição